Santa Food: agfoodtech democratiza a alimentação saudável e fortalece o campo

Santa Food

A iniciativa é uma das vencedoras do Prêmio Legado 2022 e tem como plano de expansão treinar mais de 300 microempreendedoras no Brasil

Criada em 2015 com o propósito de democratizar o acesso à alimentação segura, gerar renda e melhorar a condição de vida no campo, a Santa Food é hoje uma tecnologia que facilita a comercialização de alimentos saudáveis. A agfoodtech conecta produtores urbanos e cozinhas independentes com famílias que buscam uma alimentação saudável. A empresa se denomina uma agfoodtech porque está na cadeia de alimentos da agricultura regenerativa, que são os orgânicos e agroecológicos.

A iniciativa de impacto de microeconomia verde circular que vamos conhecer, teve que buscar um novo modelo de trabalho em 2019, pois o que vinha sendo feito não estava conseguindo atingir o objetivo principal. A mudança fez com que se tornassem uma empresa de tecnologia, que atualmente trabalha na sustentabilidade com inteligência de negócios e tecnologia, match oferta/demanda por microrregiões e geração de renda para famílias rurais e urbanas.  

“A gente acredita que a democratização vem da descentralização, que é pra poder ter uma escala maior e gerar um impacto maior. Optamos por ser uma empresa de tecnologia e desenvolver uma metodologia, que é uma cadeia não linear e inovadora. Então, a gente redesenhou e fez uma inovação no modelo do processo e do produto. Saímos de um negócio convencional e fomos para um produto”, explica Evelyn Dias, co-fundadora da Santa Food. 

Sócios encontraram no Legado o que precisavam

A empresa, que atua com ecoagricultura e segurança alimentar, é uma das ganhadoras do Projeto Legado 2022 e recebeu o prêmio de R$ 10 mil para investir em seu plano de expansão. A empreendedora social e os sócios da Santa Food conheceram o Instituto Legado de Empreendedorismo Social e tudo o que ele faz por meio de seu presidente James Marins, que era mentor de um dos programas de capacitação que tinham participado.

“Eu e meus sócios ficamos impactados pelo que ele apresentou. A partir daí a gente conheceu o Instituto Legado e o Projeto Legado. Submetemos a iniciativa e aí foi uma transformação na nossa vida e rotina. Ou seja, a gente buscou e encontrou no Legado o que a gente precisava e hoje estamos tendo muito mais resultado”, conta Evelyn.

Passar pela aceleração foi de extrema importância para os empreendedores, que conseguiram clareza em diversas áreas e agora têm como objetivos futuros validar a metodologia, por meio do desenvolvimento de microrregiões e uma nova tecnologia, a fim de expandir a atuação para outras 17 regiões metropolitanas do Brasil.

 “O legado transformou nossa vida. O nosso objetivo desde a concepção era democratizar o acesso e causar mais impacto, só que a gente não estava se conectado ao ecossistema de impacto e também não tinha as ferramentas. Precisávamos nos estruturar do ponto de vista do impacto. Quando a gente percebeu que o modelo do nosso projeto não tinha relação mais com a economia, por exemplo, entendemos que precisava buscar novos modelos econômicos para causar esse impacto que a gente desejava”, afirma a empreendedora social.

Metodologia da Santa Food possui seis etapas

A metodologia trabalhada pela Santa Food é de microeconomia verde circular e possui seis etapas, que são: produzir, cozinhar, comer, servir, doar e compostar. Desde quem produz e oferece o produto natural, seguro e livre de agrotóxicos, passando por pequena agricultura familiar orgânica agroecológica, hortas comunitárias, roças urbanas, praças e todos que produzem dentro desse conceito de alimentação seguro são fornecedores. 

De acordo com Evelyn, a cadeia alimentar se forma diante da troca e conexão entre os fornecedores e demais participantes do ciclo. “Não são fornecedores somente do ponto de vista da comercialização, porque eles podem oferecer também como doação ou como troca. O objetivo é otimizar os recursos naturais e os humanos com essa cadeia alimentar. Tudo o que se produz de alimento seguro em todas microrregiões é oferecido”. 

Projeto de expansão irá treinar 350 mulheres no Brasil

As chamadas “Santinhas” são o viés social da iniciativa. Esse grupo é composto por mulheres que produzem alimentos, como refeições completas ou pães, e assim geram renda para elas e suas famílias. Os produtos adquiridos para a produção são todos da rede de produtores da tecnologia desenvolvida pela Santa Food e, após o recebimento e processamento dos alimentos, eles são postos à venda.

Atualmente, são 18 microempreendedoras individuais atuando na região de São Paulo, mas que em breve passarão para 350 em todo o Brasil. Essa expansão faz parte do plano desenvolvido durante o Projeto Legado. A ideia é treinar, preparar e homologar essas mulheres de uma forma mais profissional, diferentemente do que é feito hoje.

A empresa oferece algumas ferramentas de gestão e ensina como usá-las. Fichas técnicas, calculadora de precificação, demonstrativo de resultado, entre outros, são algumas das opções que as empreendedoras podem utilizar. Após os produtos estarem prontos, é hora de colocá-los na tecnologia, para que assim sejam vistos por mais pessoas e completem o ciclo de entregar um alimento saudável e orgânico para quem mora na cidade e mudar o estilo de vida, mas sempre fortalecendo o campo e a renda das Santinhas.

Essa é a Santa Food! Gostou de conhecer? Confira outras iniciativas que passaram pelo Projeto Legado nos últimos dez anos.

Texto: Sabrina Fernandes

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