Por que ter vagas para Amazônia e Mata Atlântica no Projeto Legado?

Amazônia e Mata Atlântica

Este ano, o Instituto Legado lançou uma edição especial de seu projeto de aceleração para iniciativas sociais e/ou ambientais. O Projeto Legado 2022 está oferecendo 40 vagas, sendo 20 delas reservadas para projetos ambientais focados exclusivamente nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. Mas qual é a motivação para escolher estas regiões como prioridade para a 10ª edição do Projeto Legado? Levantamentos feitos organizações da sociedade civil ajudam a responder essa questão:

Amazônia

Segundo pesquisa recente divulgada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a derrubada de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar nos últimos três anos. A perda de floresta entre 2019 e 2021 ultrapassou os 10 mil km² ao ano, número 56,6% maior que a média anual do período anterior – 2016 a 2018. Para se ter uma ideia da dimensão do desmatamento, seria como ter destruído o estado de Alagoas inteiro em um período de três anos.

Retrocessos nas políticas ambientais e em órgãos de comando e controle são alguns dos motivos indicados pelo estudo.  Terras indígenas tiveram alta de 153% em média no desmatamento comparado do último triênio (1.255 km²) para o anterior (496 km²). Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 km² derrubados no último triênio contra 2.195 km² nos três anos anteriores.

Para o Ipam, combater o desmatamento é um trabalho coletivo que precisa envolver os governos estaduais e federal, junto com as instituições responsáveis pela governança ambiental, e os poderes Legislativo e Judiciário. “A sociedade civil organizada e o setor privado também são importantes no xadrez da conservação florestal, seja pressionando e influenciando atores do mercado, propondo alternativas, apoiando a construção de políticas públicas ou reivindicando e contribuindo para as soluções de transparência na cadeia de fornecedores de produtos agropecuários e florestais”.

Mata Atlântica

No início de fevereiro, a Fundação SOS Mata Atlântica, junto com a Arcplan e a MapBiomas, lançou o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Mata Atlântica, uma nova ferramenta para monitorar e difundir informações sobre o desflorestamento na região.O primeiro relatório reúne alertas coletados e validados durante todo o ano de 2021 em quatro regiões: as bacias hidrográficas do Rio Tietê (São Paulo), do Rio Iguaçu (Paraná), do Rio Jequitinhonha (Bahia e Minas Gerais) e dos Rios Miranda e Aquidauana, na região do município de Bonito (Mato Grosso do Sul).

O mapeamento identificou 1.103 alertas que somam 6.739 mil hectares de áreas desmatadas nas quatro bacias hidrográficas avaliadas em 2021. Cerca da metade dos alertas (48%) foi identificada na bacia do Rio Iguaçu (Paraná e Santa Catarina), que ficou em terceiro lugar em área desmatada, com 1.162 ha. A bacia de Miranda e Aquidauana, que envolve os fragmentos de Mata Atlântica na região de Bonito (Mato Grosso do Sul), somou a maior área desmatada. Foram 137 alertas (12%) que identificaram 3.223 ha desmatados (48% da área total identificada). 

Biodiversidade e direitos humanos

O desmatamento gera uma série de reflexos na manutenção da biodiversidade dos biomas e na garantia de direitos básicos para a população local, especialmente os povos tradicionais. Outra consequência é o impacto negativo no clima, com o aumento da temperatura na Terra.  O novo relatório global do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas indica que a temperatura média do planeta tende aumentar 1,5 ºC nas próximas duas décadas.

Apoio ao empreendedorismo ambiental

Os dados alarmantes que encontramos na Amazônia e na Mata Atlântica mostram a urgência do apoio ao empreendedorismo ambiental nestas regiões. Todos os dias, surgem novas soluções sustentáveis que precisam de aperfeiçoamento e ajuda, seja com conhecimento, conexões ou capital financeiro. 

O Projeto Legado 2022 vai selecionar iniciativas da Amazônia e da Mata Atlântica que, entre outras formas de atuação, promovam a participação de populações tradicionais e mecanismos de produção sustentável, incentivem o turismo de natureza e de base comunitária, garantam a formação de profissionais para atuar na proteção ambiental e das unidades de conservação, promovam a conservação de espécies animais e/ou vegetais e criem mecanismos de produção limpa de energia. 

Após o encerramento da fase de inscrição, o comitê de seleção do Projeto Legado analisará as informações e os arquivos solicitados. Em caso de conformidade, a seleção será realizada com base nos seguintes critérios:

Impacto – Clareza na dimensão e relevância do impacto para a sociedade e o público

beneficiado.

Criatividade – capacidade de solução de problemas e criação de oportunidades.

Visão e planos de futuro – visão da iniciativa sobre seus próximos passos, desafios e futuro

esperado.

Liderança e capacidade organizacional – forma como a iniciativa organiza suas atividades

e tomadas de decisão.

Viabilidade – modelo de como a organização visa garantir a sustentabilidade financeira da

ação ao longo do tempo.

Formação de redes e advocacy – potencial de atuação com outras iniciativas que

contribuam para a mesma causa e sensibilização de atores para a sua causa.

Inscrições

As inscrições para o Projeto Legado 2022 já estão abertas. São 40 vagas disponíveis para organizações e negócios sociais e/ou ambientais. Destas 40 vagas, 20 são destinadas para projetos ambientais, focados exclusivamente na Amazônia e na Mata Atlântica. As pessoas participantes terão acesso a um programa de aceleração gratuito com cerca de 8 meses de capacitação e mentorias em áreas como modelagem de negócios sociais, aspectos jurídicos, gestão e planejamento, sustentabilidade financeira, comunicação e marketing, elaboração de pitch e inteligência emocional.

As inscrições vão até 13 de fevereiro pela página institutolegado.org/aceleracao/projeto-legado-2022

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