Por Ana Carolina Corágem Campos e Fernanda Andreazza*
A sigla ESG, cada dia mais citada em artigos de jornais e revistas, palestras e eventos, representa as iniciais das palavras em inglês Environmental (ambiental), Social (social) e Governance (governança). Ela foi citada pela primeira vez no relatório Who cares wins (Quem se importa, ganha) em 2005, após um desafio proposto por Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU naquele período, para 50 diretores executivos de grandes instituições financeiras, com o objetivo de incluir fatores ambientais, sociais e de governança no mercado financeiro e de capitais.
A partir desta iniciativa, os fatores ambientais, sociais e de governança, que tradicionalmente não faziam parte das análises financeiras, passaram a ter relevância.
A forma como as empresas respondem às mudanças climáticas, como administram os recursos hídricos e energéticos, se promovem reciclagem e logística reversa, como tratam seus empregados estão entre alguns dos critérios que integram as métricas ESG.
A análise destes fatores tem se tornado cada vez mais comum para investidores decidirem onde farão seus investimentos, pois as métricas ESG passaram a ser relevantes na análise de riscos financeiros dos negócios. Pesquisas apontam que as empresas comprometidas com os critérios de sustentabilidade, que estão representados pela sigla ESG, possuem melhor desempenho financeiro em longo prazo.
Enquanto as grandes empresas buscam adequar-se às necessidades ambientais, sociais e de governança, o que as organizações da sociedade civil e nós, como pessoas físicas, podemos fazer?
MEIO AMBIENTE
O impacto ambiental positivo ou a redução dos impactos negativos pode ser feito por cada um de nós, desde o momento que tomamos a decisão de utilizar menos copos plásticos até a conscientização de que precisamos promover a reciclagem do lixo doméstico.
As pequenas atitudes, como não jogar lixo na rua ou separar os resíduos recicláveis dos resíduos não recicláveis ou orgânicos, são fatores fundamentais para um meio ambiente mais saudável.
SOCIAL
O respeito à legislação trabalhista, a remuneração justa a colaboradores, a contratação de pessoas integrantes de grupos minoritários e a equidade de gênero são algumas iniciativas extremamente importantes para o surgimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
GOVERNANÇA
Para as organizações, a estrutura interna de tomada de decisão, as competências bem definidas de seus dirigentes, o respeito aos valores instituídos, a transparência na prestação de contas, a ética nas contratações, são alguns dos exemplos de boas práticas de governança. Elas são tão importantes quanto a estruturação do plano de negócio.
A prática diária da inclusão de critérios ESG nas atividades, produção de bens, serviços e tomada de decisão das empresas, organizações e de cada um de nós, poderá acelerar a transformação da sociedade para melhor assegurar o futuro das próximas gerações.
*Ana Carolina Corágem Campos é pós-graduanda em Direito Empresarial e Econômico e é advogada do Escritório Arns de Oliveira & Andreazza.
*Fernanda Andreazza é pós-graduada em Direito Processual Civil, Direito Tributário, mestranda em Direitos dos Negócios, Investidora-anjo e sócia-fundadora do Escritório Arns de Oliveira & Andreazza.