Programa de aceleração chega à 11ª edição com 18 iniciativas participantes
Texto e imagens: Stephane Sena
Um novo capítulo na história do Instituto Legado começou nesta quinta-feira, dia 15 de junho. Foi dada a largada na 11ª edição do Projeto Legado, o programa de aceleração para organizações e negócios socioambientais que já transformou mais de 200 iniciativas de todo o país. A abertura foi realizada no Hotmilk, espaço de inovação da PUCPR, e reuniu mais de 50 pessoas. A programação contou com aula magna, pitch de empreendedoras sociais que já passaram pelo Projeto Legado e apresentação da turma 2023.
O Projeto Legado acredita na transversalidade do empreendedorismo social, por isso o programa é aberto tanto para projetos, quanto para organizações e negócios, desde que tenham finalidade de solucionar problemas sociais e/ou ambientais. Para cada 1 real investido pelo Instituto Legado no programa de aceleração, entre 2013 e 2021, foram gerados R$ 7,66 em benefícios à sociedade.
“Neste novo edital, vamos acelerar 18 iniciativas dos estados do Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e do Amapá. Com a retomada das capacitações presenciais, vamos promover conexões mais próximas, potencializando as oportunidades de colaboração e crescimento mútuo”, afirmou a gestora de projetos do Instituto Legado, Ágatha Rocha.
Relatos de quem já passou pelo Projeto Legado
Camila Casagrande, fundadora do Instituto Incanto, Virginia Donato, diretora do Instituto Playing for Change de Curitiba, e Nicole Cherobim, fundadora da EcoAngels, deram um depoimento sobre a experiência de terem passado pelo Projeto Legado em 2019, no formato presencial. “Amadurecemos e desenvolvemos muitos anos naquele um ano”, disse Nicole, cujo negócio atua na área de educação ambiental. Virgínia falou sobre a riqueza dos conteúdos oferecidos nas capacitações e a ansiedade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos após cada encontro. “É muito conteúdo e gente boa. Realmente nós somos privilegiados porque essa conexão é riquíssima”.
Empreendedorismo social e nova economia
Cofundador e presidente do Instituto Legado, James Marins, foi responsável pela aula magna da noite. Em tom emocionado, começou contando sua jornada no setor de impacto ao lado da esposa e cofundadora do Legado, Glaucia Marins. “O Projeto Legado tem a a função de mostrar que vocês são empreendedores sociais, mostrar ao mundo a importância disso e mostrar que o trabalho de vocês tem muito valor e pode ser amplificado”, afirmou James.
“O empreendedor, como estamos acostumados a conhecer, só é bem sucedido se ganhar muito dinheiro, mas quando estamos falamos em empreendedor social, estamos transformando totalmente esse ser e a base de raciocínio da nossa forma de viver. Estamos mudando nossa forma de ver o mundo e revolucionando as bases do sistema econômico”, defendeu o presidente do Instituto Legado que, em seguida, apresentou conceitos como DNA do Empreendedor Social e propósito. “O empreendedor social é aquele que sabe para onde o mundo tem que ir”, finalizou.
Pitch das selecionadas 2023
Na abertura do Projeto Legado 2023, lideranças das iniciativas selecionadas apresentaram seus projetos em um pitch e tiveram a oportunidade de mostrar o que fazem e como estão ajudando a mudar realidades nas comunidades em que atuam. Durante o dia, todos receberam treinamento especializado para aprimorar suas habilidades de apresentação e colocar o conhecimento em prática no evento de abertura.
Foi uma noite inspiradora, repleta de inovação social e motivação, mostrando o potencial desses empreendimentos para alcançar resultados ainda mais significativos. A jornada no Projeto Legado 2023 será um catalisador de transformação, impulsionando essas iniciativas a expandirem o impacto que geram na sociedade.
Confira um resumo de cada uma das iniciativas que se apresentaram:
Alivium: Negócio social que está desenvolvendo exoesqueletos acessíveis e de código aberto para aliviar a dor dos trabalhadores braçais no Brasil.
Obra Nossa: Associação sem fins lucrativos que promove ações como construções de casas nas comunidades mais vulneráveis de Curitiba e Região Metropolitana.
Atitude Inclusão: Negócio especializado em treinamento de empresas para contratação de pessoas com deficiência e desenvolvimento de cursos para pessoas com deficiência intelectual.
Educadora Menstrual: Negócio social que oferece formação em educação menstrual para crianças, jovens e adultos que vivem em áreas de risco e estudantes de escolas públicas.
Ingá Orgânicos: Serviço de assinatura de alimentos orgânicos que trabalha em parceria com produtores.
Instituto de Políticas Públicas Migratórias: Iniciativa voltada para a transformação das condições das pessoas migrantes. Capacita lideranças migrantes, luta pela construção de políticas públicas voltadas a esse grupo.
Instituto Green Revolution: Promove educação ambiental para mobilizar pessoas em direção ao desenvolvimento sustentável e desenvolve trabalhos de logística reversa.
Instituto Nacional Leva Ciência: Organização que busca democratizar o acesso à ciência e astronomia para crianças e jovens da região amazônica. Já impactou mais de 8 mil alunos da rede pública no Amapá (AP).
Olhar Solidário: Instituto que promove tempo de qualidade para comunidades em situação de vulnerabilidade. Oferece atividades como reforço escolar, aulas de violão, artesanato e capoeira, além de acompanhamento nutricional.
Interpres: Empresa de interpretação e tradução de Libras que busca romper a barreira da desigualdade com foco em pessoas negras.
Projeto Conexão Açungui: Iniciativa que oferece autoconhecimento, aula de informática e oportunidades de carreira para estudantes de escolas públicas em Rio Branco do Sul (PR).
Fazer o Bem a Quem Não Tem: Ajuda famílias em situação de vulnerabilidade social, evitando despejos por falta de pagamento de aluguel, além de apoiar com a doação de alimentos e outros itens.
SinerGize: Negócio que usa metodologia própria para atuar nos eixos de comunicação e conexões, com o objetivo de gerar impacto positivo.
Tico & Tica Sensory: Marca de moda infantil inclusiva. É especializada em crianças com Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), uma condição neurológica que afeta a forma como o cérebro processa e responde às informações sensoriais do ambiente.
Capacitações já começaram
Na manhã desta sexta-feira, os participantes do programa de aceleração tiveram encontro de integração com a equipe da Redvolution21 e à tarde terão formação em DNA do Empreendedor Social, com a coordenadora acadêmica do Instituto Legado, Daniela Nunes.