O empreendedorismo social tem crescido no mundo inteiro. São negócios, em uma interseção entre o segundo setor e o terceiro setor, e têm como propósito gerar um impacto positivo na sociedade, apresentando soluções viáveis com empreendimentos sustentáveis.
Mas, nos últimos anos, tem havido discussões acerca do lucro: É errado que o empreendedor social tenha lucro? Os resultados financeiros desses negócios devem ser usados de que forma?
Ainda não há, no Brasil, uma legislação específica para negócios sociais, de forma que se caracterizam juridicamente como empresas privadas. Mas há duas linhas de pensamento que nos ajudam a entender essa questão.
Duas linhas de pensamento
Muhammad Yunus é o economista fundador do Grameen Bank e vencedor do Nobel da Paz de 2006. Ele diz que empreendedores sociais devem reinvestir todo capital adquirido no próprio negócio, sem direito a lucros e dividendos.
Stuart Hart e Michael Chu, professores estudiosos das universidades de Cornell e Harvard, discordam de Yunus. Eles defendem que a distribuição de lucro ajuda a atrair mais investidores, permitindo que novos negócios surjam e ampliem os resultados sociais desejados.
Por mais que eles tenham essa divergência, ambos concordam com o objetivo principal do empreendedorismo social: beneficiar grupos de pessoas com a solução de problemas sociais.
E, para alcançar esse benefício, empreendedores sociais utilizam diferentes modelos de negócio.
Modelos de empreendedorismo social
Em organizações sem fins lucrativos
Organizações da sociedade civil também podem assumir modelos de negócios autossustentáveis, com venda de produtos e serviços. Assim elas garantem mais fontes de receitas para concretizar o seu propósito.
Há, contudo, para estas organizações, restrições quanto a forma de utilização destes recursos, que precisam ser reinvestidos em benefícios para o público atendido, ou para a manutenção da organização. Não pode haver distribuição de resultados entre os associados.
As organizações que atuam neste formato são entendidas no livro “A Era do Impacto”, do presidente do Instituto Legado Dr. James Marins, como filantropia empreendedora.
Um exemplo é o Instituto Idas, de São José dos Pinhais. A instituição acolhe e capacita profissionalmente homens em situação de vulnerabilidade social, os reinserindo na sociedade. Os acolhidos trabalham na horta, na marcenaria e na separação de materiais eletrônicos.
O Idas é uma organização sem fins lucrativos, mas, além de doações, há formas de captação de recursos, através da venda de produtos. Um bazar vende roupas e os produtos desenvolvidos pela organização, contribuindo para manter a casa.
Conheça mais sobre o Instituto Idas assistindo este episódio do Eu me Importo na TV Legado
Em organizações com fins lucrativos
Neste modelo de negócio social, o empreendedor cria um negócio que gera lucro por meio de produtos ou serviços que solucionem um problema social. O objetivo não é, somente, gerar mais receita para os empresários e acionistas, mas sim maximizar a melhoria social mantendo a operação lucrativa e ascendente.
Um exemplo é a TOMS Shoes. Em uma viagem, Blake Mycoskie percebeu que muitas crianças não tinham sequer um sapato para calçar. A partir disso, ele idealizou a empresa, que, a cada par de calçados vendido, doaria um par a uma criança de baixa renda. De 2006 até hoje a organização vem causando impacto positivo de diferentes maneiras e se mantendo rentável.
Independentemente do modelo de negócio escolhido, o empreendedor precisa saber que o propósito social não é apenas uma faceta do negócio — é a parte principal dele.
Além de ter um propósito muito claro, é preciso saber estruturar e administrar suas iniciativas sociais, através de recursos, planejamento e capacitação profissional.
O Instituto Legado, com essa necessidade em mente, criou o MBA em Gestão de Negócios de Impacto Social. O curso foca nas ferramentas e conceitos necessários para colocar em prática negócios de impacto socioambiental positivo.
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