Segundo o empreendedor norte-americano Derek Sivers, o início de um movimento depende muito mais de quem irá segui-lo do que do líder que irá conduzi-lo. Derek nos mostra que, para algo tornar-se um movimento, precisa ser fácil de reproduzir e necessita de seguidores que acreditem e se transformem no próprio movimento. Durante anos de Projeto Legado, apoiamos e capacitamos mais de 100 organizações para que possam expandir o impacto social de seus projetos e buscar maneiras de oferecer um serviço mais profissional, o que garante um futuro mais sustentável para as atividades que realizam, impacta mais beneficiários e permite aproveitar ao máximo os recursos disponíveis.
Uma das grandes queixas dessas organizações era a falta de um espaço formal com valores dentro dos seus orçamentos, onde pudessem receber investidores e parceiros, além de trabalhar sem as interrupções normais de quem trabalha em casa. Na medida em que acompanhávamos essas demandas, vimos uma onda de compartilhamento crescente tomando conta de diversas áreas de trabalho, como o setor de hospedagens, com o AirBNB, ou o transporte, com aplicativos como Uber e BlaBlaCar.
O ambiente corporativo também está passando por essa transformação. As despesas reduzidas para as empresas, a facilidade de se comunicar com pessoas de diversas áreas e oxigenar ideias deram espaço ao que conhecemos hoje como coworkings. Não há como negar, o compartilhamento é um movimento crescente! Dentro desta revolução (de pensamentos, de sociedade e de modo de vida), visualizamos uma oportunidade única de apoiar nossas organizações sociais, aderindo a este movimento de compartilhamento e de conexões em rede e dando mais visibilidade às incríveis iniciativas que pudemos conhecer nestes cinco anos de trabalho. Possibilitar encontros, parcerias, conexões e facilitar esta alavancagem de organizações sociais transformadoras faz parte dos objetivos do Instituto Legado. A partir desses objetivos, surgia o Legado Socialworking, um espaço colaborativo, criado especialmente para a conexão entre pessoas, empresas e instituições que trabalham em prol das causas sociais e ambientais. Materializávamos nele a nossa forma de fazer parte deste movimento de compartilhamento atrelando o espaço ao nosso CORE: o apoio a causas sociais.
Voltando ao raciocínio inicial citado por Derek, um movimento por si só não acontece sem que o próprio movimento seja apoiado por diversas pessoas. Sendo assim, acredito que o sucesso deste movimento se deve às pessoas que acreditaram neste projeto junto conosco, fazendo possível este sonho sair do papel e ganhar visibilidade. De início, vieram para o Socialworking a ONG TETO e a Insigth Social. Na sequência, vieram Badu Design, Linyon, Endeleza, Samaritans Feet, Instituto Sensorial, Inates, Una Social, e So+Ma. Hoje, as organizações que compartilham a casa compartilham também o sonho de mudar, cada um dentro da sua área de atuação, a forma como nos comportamos e vivemos em sociedade. Um movimento social transformador.
Neste primeiro ano de experiências materializadas, fazendo parte deste movimento, fizemos grandes parcerias, recebemos visitas importantes, como a do consulado dos EUA, da Finlândia e de Orlando. Além disso, pudemos acompanhar o crescimento exponencial de organizações que estão no Socialworking ou que frequentam ele. Acreditar neste movimento é o que nos inspira a continuar.
*Artigo escrito por Bárbara Moraes, graduada em Recursos Humanos e pós-graduanda em Empreendedorismo e Negócios Sociais pela FAE. Sua trajetória inclui coordenações de projetos comunitários e elaboração de eventos formativos em projetos sociais. É gestora de redes do Instituto Legado e responsável pela gestão do Legado Socialworking.