Créditos da imagem: © UNHCR/Diana Diaz
Neste dia 20 de junho comemora-se o Dia Mundial do Refugiado. A data, instituída pela Organização das Nacionais Unidas, serve para celebrar a força, a coragem e a resistência das pessoas que são obrigadas a fugir de seus países por causa de conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos, além de conscientizar governantes e população para essa questão humanitária.
A Rede Legado é formada por pessoas sensibilizadas com a situação de migrantes e refugiados e que dedicam seu trabalho a projetos que visam a construção de uma nova vida para quem teve que deixar tudo para trás. A edição 2016 do Projeto Legado contou com a participação de duas iniciativas, que venceram o Prêmio Cereja do Bolo.
A primeira iniciativa, criada pelo negócio social Projeto Linyon, é um programa de capacitação profissional e de desenvolvimento pessoal para migrantes e refugiados, com o intuito de prepará-los para a realidade do mercado nacional. Com um conteúdo desenvolvido pelo Linyon, exclusivamente para atender este público, os participantes têm a oportunidade de trabalhar com temáticas abrangentes e que os oriente em relação aos seus direitos e deveres trabalhistas. Já o Cidadão do Mundo é um projeto que integra, capacita e gerar renda para imigrantes e refugiados que estão no Paraná. A iniciativa é fruto da interação do Projeto Linyon a Badu Design, que faz um trabalho de empoderamento feminino por meio do artesanato.
O perfil do refúgio
Segundo dados divulgados pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o número de refugiados e deslocados no mundo chegou a 65,6 milhões em 2016, – mais de 300 mil em relação ao ano anterior. Desse número, 22,5 milhões são refugiados, 2,8 milhões são solicitantes de asilo por razões políticas e mais de 40 milhões são pessoas que tiveram que se deslocar dentro de seu próprio país.
Os números do Acnur também mostraram um dado impactante: a marca de 22,5 milhões de refugiados é o mais alto de todos os tempos. A maior parte deles saem da Síria (5,5 milhões), do Afeganistão (2,5 milhões), do Sudão do Sul (1,4 milhão) e da Somália (1 milhão). Outro dado triste dado: as crianças representam a metade dos refugiados de todo o mundo.
De acordo com o Acnur, 84% dos refugiados estão em países de renda média ou baixa. Um terço deles foram acolhidos em países menos desenvolvidos do mundo. “Este enorme desequilíbrio reflete diversos aspectos, inclusive a falta de consenso internacional quando se trata do acolhimento de refugiados e a proximidade de muitos países pobres às regiões em conflito”, afirma a ONU.
No Brasil, até o final de 2016, foram reconhecidos 9.552 refugiados de 82 nacionalidades. O número é 12% maior que em 2015, com base no levantamento feito pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os cinco países com maior solicitação de refúgio em 2016 foram Venezuela, Cuba, Angola, Haiti e Síria. No Paraná, só em 2016, 455 pessoas pediram refúgio. Nesta quarta-feira, dia 21, será assinado o protocolo de intenções de caráter humanitário, para promoção e defesa dos direitos dos migrantes, refugiados e apátridas que vivem no Estado.