O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Impact Hub lançaram em 16 países (incluindo o Brasil) a terceira edição do programa Accelerate2030. O objetivo é identificar negócios inteligentes, inovadores e sustentáveis, já colocados em prática, que contribuam para o alcance de um ou mais dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que possam ser aplicados em escala global. No Brasil, seis capitais participam do programa: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Manaus e Florianópolis.
A iniciativa oferece aos empreendedores selecionados acesso a um programa de aceleração que inclui treinamentos, desenvolvimento de um plano para escala global, fomento a conexões estratégicas e suporte especializado. As inscrições para o programa ficarão abertas de 20 de março a 30 de abril, no site brazil.accelerate2030.net.
A expectativa é de que 30 negócios sejam escolhidos e passem pelo programa de capacitação nas unidades do Impact Hub no Brasil. Os três que apresentarem melhor desempenho serão indicados para a etapa global. “Acreditamos que os empreendedores podem desempenhar um papel importante no avanço de soluções não convencionais para os desafios cada vez mais complexos e críticos do mundo. No entanto, eles precisam de mais do que um ecossistema favorável para prosperar. Necessitam de impulso e acesso a redes específicas de suporte em sua jornada para crescer em nível global. É isso que o Accelerate2030 vem oferecer”, diz o coordenador do programa no Brasil, André Maciel, cofundador do Impact Hub no país.
Em outubro, os responsáveis pelas iniciativas escolhidas irão para Genebra, na Suíça, para participar de encontros com agências internacionais e rodadas de negócio com potenciais investidores de vários países, além de receberem a chancela do PNUD em eventos como o Social Good Summit. A partir daí, seguem com apoio para abertura de portas ao redor do mundo. “Nós percebemos que precisávamos sair da nossa zona de conforto e buscar parcerias com atores que conhecem bem esse ecossistema empreendedor e que sabem como inovar e dar suporte a startups. O Impact Hub tem essa rede de empreendedores e startups ao redor do mundo; o parceiro perfeito”, explica Maria Luisa Silva, diretora do PNUD em Genebra.
Etapas
O Accelerate2030 é composto por duas etapas, uma nacional e outra internacional. A primeira é a fase de preparação dos negócios para escala global. Nesse sentido, serão organizados encontros locais entre todos os selecionados no país, com o objetivo de capacitar os empreendedores, aprimorar práticas de mensuração de impacto, elaborar plano de escala global, oferecer suporte e fazer contato com especialistas, investidores, mentores e parceiros ao redor do mundo, de acordo com as necessidades de cada negócio.
Ao final desse processo, os negócios participarão de um evento nacional em Brasília, que reunirá os mais importantes agentes do empreendedorismo no Brasil e, em seguida, seguirão para a Europa para representar o Brasil na etapa global do programa.
A fase internacional tem início com uma imersão em Genebra, na Suíça, quando os finalistas dos 16 países passarão por diversas rodadas de negócio e serão destaque em eventos globais voltados aos ODS. Após essa imersão, receberão suporte por mais nove meses de organizações internacionais como o próprio PNUD e o International Trade Center para abertura de portas em seus mercados-chave.
Brasileiro finalista
A última edição do Accelerate2030 aconteceu em 2017, quando foram selecionados 50 finalistas entre mais de 500 projetos inscritos. Ao todo, 15 iniciativas foram selecionadas e receberam apoio para se tornarem iniciativas de impacto global.
Entre esses empreendedores estava Ezequiel Vedana, do Piipee. Ele desenvolveu e patenteou uma solução líquida que, ao ser borrifada em um vaso sanitário com urina, reage com o rejeito, dispensando a utilização da descarga e, consequentemente, economizando água. O empreendedor se inscreveu no Accelerate2030, foi um dos finalistas e, em 2018, passou pela fase global do programa. “Hoje temos 400 clientes no Brasil e em outros cinco países. Nosso maior orgulho é que conseguimos economizar 400 milhões de litros de água desde 2015”, conta Ezequiel.