A vontade de mudar o mundo e transformá-lo em um lugar melhor para as atuais e as próximas gerações faz parte do DNA do empreendedorismo social, ecossistema do qual o Instituto Legado faz parte desde 2013. Ao longo desses anos, acompanhamos de perto a trajetória de profissionais com o propósito de gerar impacto positivo em seus bairros, na cidade, no país e até no mundo. Entre essas histórias, está a experiência de pais e mães que também atuam para deixar de herança a seus filhos o exemplo de compromisso com a transformação social.
Neste Dia das Mães em que a humanidade enfrenta um de seus maiores desafios e discute como será nosso futuro, perguntamos a três mães empreendedoras sociais: qual legado você quer deixar para os seus filhos? Além de responderem a questão, elas contaram um pouco sobre como a experiência da maternidade mudou seus olhares sobre impacto social. Confira:
Verônica Staziak, fundadora da ONG Unidos Pela Vida
Desde criança, Verônica Staziak sempre teve muitos problemas de saúde. Recebia constantemente diagnósticos de doenças crônicas pulmonares, como asma e bronquite. Anos mais tarde, já adulta, descobriu que tinha fibrose cística, doença genética que faz com que toda a secreção do organismo seja mais espessa que o normal, dificultando a eliminação. Ao descobrir a doença, fundou a ONG Unidos Pela Vida, que tem como missão divulgar a fibrose cística no Brasil, contribuindo para a busca de diagnóstico precoce e tratamento adequado, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Mesmo sabendo da doença, ser mãe sempre foi um sonho. Durante a gestação, passou por várias complicações: pneumonia grave, pré câncer no colo de útero, costelas quebradas e a realização de cirurgias emergenciais. O período foi complicado, mas Verônica reforça que a participação ativa do marido no processo foi essencial para uma gestação tranquila, saudável e alegre. “Nós sempre fizemos tudo juntos, desde a escolha da cor dos sapatinhos até a cor da parede do quarto dela. Costumo dizer que a única coisa que ele não fez durante a gravidez foi literalmente gestar”, afirma.
Em meio às dificuldades na saúde, Verônica concebeu a primeira filha, Helena. Após a maternidade, ela explica que sua atuação na ONG e como empreendedora social mudou, já que lidava todos os dias com o sofrimento de pais e mães que têm filhos com fibrose cística. “Pra mim ficou muito claro que ter uma doença grave, é muito diferente de ser mãe de uma criança que tem uma doença grave. A dor de ver um filho doente não tem remédio”, conta. Nesse Dia das Mães atípico, Verônica comenta que ficar longe de seus familiares é um ato de amor e cuidado. “Minha mãe sempre me ensinou a cuidar e fazer o bem para o próximo. Então, nesse ano, acredito que a maior prova de amor para nossas mães é permanecer fisicamente longe delas”, afirma.
“O legado que eu quero deixar é um ensinamento de que é possível mudar o mundo, que ela é capaz de ser quem ela quiser ser, e que é preciso arregaçar as mangas, ir à luta para ajudar o próximo e buscar um mundo melhor.”
Daniela Souza Nunes, coordenadora acadêmica do Instituto Legado
A coordenadora acadêmica do Instituto Legado, Daniela Souza, tem quatro filhos com idades entre 1 e 8 anos. Os ensinou desde cedo sobre empreendedorismo social e, principalmente, a serem agentes ativos de transformação, e não apenas observadores. “A educação que eu dou é que eles olhem para o mundo com muita empatia e vontade de mudança, para que cresçam conscientes do quanto precisam atuar frente à isso”, conta. Além disso, ela explica que sua atuação como empreendedora social ganhou ainda mais propósito após se tornar mãe. “Pensar que quero deixar um mundo melhor para os meus filhos, me dá motivação pra que eu trabalhe ativamente em busca do mundo que eu desejo pra eles”, afirma.
“Tenho como missão de vida a educação. Precisamos levar mais educação, conhecimento, ferramentas e experiências que poderão mudar vidas. Então, o Legado que quero deixar é que meus filhos cresçam com a mente aberta para contribuir, ensinar e disseminar conhecimento.”
Filhos também inspiram projetos sociais
Muitas mulheres passaram a atuar no empreendedorismo social inspiradas em desafios vividos por seus próprios filhos. É o caso de Geane Poteriko, fundadora da Associação Dar a Mão. A iniciativa faz próteses para pessoas com agenesia de membros e começou depois que Geane deu à luz a pequena Dara, que nasceu sem a mão direita. Em 2019, Geane contou sua história na TV Legado:
“Como empreendedora social e mãe, quero deixar para minha filha um legado de impacto positivo, principalmente na contribuição para uma sociedade mais inclusiva, com a vivência da empatia, amor ao próximo e respeito pela diversidade. Um legado que ultrapasse conceitos para além de vivências, perspectivas e esperança, que possa ser ampliado a cada geração, na continuidade a partir da ação e reflexão de minha filha Dara”.
Gostou das histórias? Desejamos que, mesmo à distância, as mães empreendedoras sociais da Rede Legado e de todo o mundo sintam-se acolhidas e celebradas. Feliz Dia das Mães!