Em 2018, 1 em cada 4 brasileiras sofreu algum tipo de violência. Os dados são de uma pesquisa publicada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e realizada pelo Instituto Datafolha. De acordo com o estudo, 27,4% das brasileiras acima dos 16 anos passaram por algum tipo de violência, 42% dos casos ocorreram no ambiente doméstico. Outro dado alarmante: mais da metade das vítimas (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda. Seja por medo, vergonha ou até falta de conhecimento, muitas mulheres se mantêm em silêncio, o que contribui para a manutenção do ciclo de violência.
Em comunicado oficial divulgado esta semana, a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou que ainda faltam ações eficazes para para aumentar a representação das mulheres nos processos decisórios. “A análise dos direitos das mulheres mostra que, apesar de alguns progressos, nenhum país alcançou a igualdade de gênero”. De acordo com o relatório “Revisão dos direitos das mulheres, 25 anos depois de Pequim” , publicado pela ONU, apesar dos desafios globais sem precedentes, é possível uma mudança positiva. Movimentos feministas, ações coletivas pela responsabilização por crimes contra mulheres, ampliação de serviços públicos para atender aos direitos delas e o aumento da participação na política e na construção da paz são alguns exemplos do que está sendo feito.
Tecnologia para combater a violência
Aqui no Brasil, mulheres de várias partes do país também estão usando a tecnologia para denunciar e combater a violência de gênero, além de oferecer uma rede de apoio para vítimas. Listamos três aplicativos que estão ajudando a empoderar e conectar o público feminino. Conheça as opções, salve no celular e compartilhe com as amigas. Vamos juntas?
PenhaS
Oferece apoio para mulheres em relacionamentos abusivos. Nele, mulheres (em situação de violência ou não) podem ter acesso a: informação, diálogo sigiloso, apoio, rede de acolhimento e botão de pânico.
Juntas
Permite criar uma rede de proteção e de empoderamento conectando mulheres de todo o país. Em situações de perigo, é possível acionar a rede e pedir ajuda. Também possui pesquisas e informações úteis sobre violência contra mulheres.
Mete a Colher
Conecta vítimas de violência doméstica a voluntárias dispostas a ajudar com apoio emocional (desabafos e conselhos), orientação jurídica (informações sobre leis e denúncias) e inserção no mercado de trabalho (para ajudar mulheres que precisam conquistar a independência financeira para se afastar dos parceiros). É acessível apenas para mulheres, tem chat anônimo e conversas apagadas a cada 24 horas, para manter a segurança. Já ajudou 2 mil mulheres de 63 cidades brasileiras.
BÔNUS: Filmes, séries e documentários inspiradores
Em parceria pelo Dia Internacional da Mulher, Netflix e ONU lançaram uma lista de com 55 filmes, séries e documentários para celebrar as histórias que inspiraram as mulheres que nos inspiram. A coleção especial “Porque ela assistiu” estará disponível o ano todo e tem a curadoria de estrelas femininas que atuam à frente e atrás das câmeras. Entre elas estão Sophia Loren, Janet Mock, Salma Hayek, Yalitza Aparicio, Millie Bobby Brown, Laurie Nunn, Lana Condor, Ava DuVernay e as brasileiras Petra Costa, Pathy Dejesus, Bruna Mascarenhas, Juliana Vicente e Andrea Barata Ribeiro.
A coleção especial inclui títulos como Inacreditável, Democracia em Vertigem, Orange is the New Black, Lionheart, Sex Education, Frances Ha, 2001: Uma Odisseia no Espaço e outras produções que iniciaram debates importantes. A lista completa está disponível em netflix.com/porqueelaassistiu, ou buscando “Porque ela assistiu” na Netflix. Cada título da coleção terá o nome da mulheres que o indicou.