A Pipe Social lançou hoje o 2º Mapa de Negócios de Impacto Social+Ambiental, estudo publicado a cada dois anos que traz dados e números atuais sobre o perfil e atuação de empreendimentos que têm a missão explícita de gerar impacto socioambiental ao mesmo tempo em que produzem resultado financeiro positivo de forma sustentável. A publicação também oferece uma visão geral dos esforços e agenda do ecossistema, para apontar gaps, desafios e oportunidades de crescimento. Foram entrevistados 1.002 negócios de impacto socioambiental com atuação no Brasil. Desses, 62% estão na Região Sudeste, 14% na Região Sul, 11% na Região Nordeste, 7% na Região Norte e 5% no Centro-Oeste do país.
A saga em busca da sustentabilidade financeira
O dinheiro continua a ser o maior pedido de ajuda dos empreendedores. De acordo com o Mapa, 85% dos empreendedores detalhou fontes e mecanismos utilizados para injetar recursos no negócio. Desses, 42% apenas investiram capital próprio (não quiseram ou não conseguiram captar), 34% investiram em capital próprio e também captaram recursos de terceiros e 24% deles apenas captaram recursos de terceiros.
Outro apontamento é o de que permanece baixa a atuação de fundos e investidores fora do eixo Sudeste-Sul, onde a oferta chega mais via bancos de fomento, institutos/fundações e rede própria. Negócios não-acelerados e negócios que não investem energia na medição do seu impacto também tendem a acessar um menor número de fontes de capital.
Dinheiro sozinho não é suficiente
O estudo também apontou que, de maneira urgente, os empreendedores precisam de apoio para agregar outras visões ao seu negócio, melhorar sua comunicação, parcerias e time. Depois do dinheiro (48%), os empreendedores listaram mentoria (22%), comunicação (19%) e networking (19%) como principais demandas.
Formação e Aceleração
De acordo com o Mapa, novos atores chegam e outros crescem com a missão de fortalecer ecossistemas regionais, oferecendo formação qualidade e incentivando a cultura empreendedora. Os últimos anos são marcados pelo fortalecimento regional da oferta, indo para além da região sudeste e também em direção ao empreendedorismo de periferia.
O Instituto Legado é um dos atores que se destacam pelo crescimento. Há sete anos, mantém o Projeto Legado – programação de aceleração gratuito voltado para iniciativas e negócios de impacto socioambienal positivo. Neste tempo, já foram acelerados 160 organizações e negócios, que receberam capacitações, mentorias e oportunidades de networking. Além disso, o Instituto Legado já investiu mais de R$ 200 mil em expansão de impacto.
“(…) a adoção da temática ‘impacto social e ambiental’, pelas incubadoras e aceleradoras, é algo que vem ocorrendo de forma natural e cada vez mais intensa. Juntar inovação tecnológica com a geração de impacto é o que estimula e justifica a atuação desses mecanismos nesse campo”, afirma superintendente executiva da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Sheila Oliveira Pires.
Apesar da oferta de aceleração e formações terem se diversificado ao longo dos anos, o empreendedor ainda precisa de mais oportunidades de aceleração. Metade da base mapeada já tentou ingressar em um processo de aceleração, sem sucesso.
Outra necessidade dos empreendedores é compreender termos e expressões específicos do setor. “Atendemos, quase todos os dias, empreendedores com dúvidas sobre questões dos cadastros das chamadas, sobre termos usados por aceleradoras, investidores e clichês do ecossistema que não são claros para todos. Não podemos subestimar a importância de formar essa onda nova de pessoas que buscam o caminho dos negócios de impacto pela primeira vez”, diz a head de comunicação da Pipe.Social, Andrea Xavier.
O mapeamento
O Mapa de Negócios de Impacto Social+Ambiental teve a sua primeira versão lançada em 2017 e tem por objetivo acompanhar a evolução do pipeline de negócios de impacto socioambiental no Brasil, ajudando a orientar estratégias e ações dos diversos atores que estão construindo e fomentando um novo setor da economia no país.
Para baixar o mapeamento completo, acesse: https://www.pipe.social/mapa2019#download