De acordo com dicionário, a palavra alteridade significa “característica, estado ou qualidade de ser distinto e diferente, de ser outro”. Nos estudos antropológicos, a alteridade é vista como importante ferramenta para conhecimento e autoconhecimento. É reconhecendo o outro em todas as suas características, sem preconceitos, que eu me identifico e reconheço a minha própria identidade.
Aqui no Instituto Legado acontece algo muito semelhante. Todos os anos, negócios e organizações que entram para o Projeto Legado participam de uma atividade chamada Desafio de Conexões. Como funciona? Os empreendedores sociais são desafiados a visitar e entrevistar outros participantes da turma. O objetivo é que, juntos, possam conhecer outros contextos, dificuldades, metodologias e públicos-alvo para refletir sobre sua própria atuação. Mas o desafio vai além: as organizações são encorajadas a criar soluções para as causas em que atuam.
Se uma organização trabalha com esporte para jovens e outra com crianças até 15 anos, porque não criar um projeto para esportistas mirins? Gerar inovação para causas socioambientais não é tarefa fácil, mas se for compartilhada as chances de sucesso são muito maiores. Esse é um dos convites do Instituto Legado: #vamosjuntos!
Desafio de Conexões 2018
Para a turma que está na quinta edição do Projeto Legado, o desafio de conexões seguiu algumas perguntas norteadoras, como história da organização, stakeholders, identidade visual, resultados, obstáculos, diferenciais e planos de expansão de impacto. Aqui, no blog do Legado, você vai conhecer as experiências de cada iniciativa, com destaque para as ideias de trabalho em conjunto.
No primeiro post, apresentamos o Instituto de Apoio à Adoção – Adoptare. Localizado na Zona Leste de São Paulo, o Adoptare é um instituto que visa desenvolver ações na Saúde Mental de crianças, adolescentes e famílias, antes e depois da adoção. Um trabalho psicossocial, clínico institucional, interdisciplinar, na interface com judiciário e a rede de assistência, voltado para ações que envolvem a adoção, pesquisa e formação. Trata-se de um serviço gratuito para atendimento social e psicanalítico/ psicológico clínico individual para crianças, adolescentes e famílias, que são encaminhadas pelas Varas da Infância e juventude ou através de procura espontânea.
Durante o Desafio de Conexões, o Adoptare fez uma verdadeira maratona de entrevistas presenciais e online com oito organizações: Escola Rural Leonore Bertalot, Empoderia, Sorbio, Desenhando Sorrisos, SEDE, Transgrupo Marcela Prado, Escola dos Anjos e TecPet. “Foi uma experiência enriquecedora, que proporcionou ótimas oportunidades”, relataram Kelly Couto e Maria Regina Silva, psicóloga e presidente do Adoptare, respectivamente.
Em cada encontro, as organizações puderam compartilhar experiências, aprender juntas e encontrar pontos de convergência. Uma das entrevistas foi feita com o Instituto Desenhando Sorrisos, organização sem fins lucrativos que atua com na prevenção à violência sexual infantil, assim como a educação, sensibilização e autodefesa.
“Acreditamos que possamos trabalhar em conjunto, realizando uma consultoria com os pretendentes à adoção no que diz respeito ao abuso sexual infantil, pois se configura um dos fatores relacionados ao abrigamento da criança/jovem e consequente perda do poder familiar. Trabalhar com este aspecto pode contribuir para a confiança da criança/jovem na sua nova família, assim como desmistificar crenças que as famílias possam ter com relação ao abuso sexual sofrido pelo adotado”, explicam as representantes do Adoptare.